Estávamos no mês de Setembro, era o último dia desse mês. Estava calor, as pessoas todas em manga curta, a espera longa num banco de ferro, o sol que me ardia na cabeça, um suave nervosismo que me descontrolava, a impaciência da minha partem os olhares dos seres que por mim passavam, o relógio que não andava, nem parado, a investigação de locais já conhecidos, as crianças que gritavam, que corriam e falavam, o barulho que me irritava, conversas que eu simplesmente escutava. O trabalho que tudo aquilo dava! O telefonema do meu irmão que me pôs em stress, cada vez mais desesperada, mais ansiosa, sem prever nada. Finalmente a hora chegou, estava absolutamente irrequieta, nem as almas amigas e conhecidas me faziam acalmar os ânimos, Vi o autocarro finalmente chegar, mal podia acreditar que aquele tempo tinha conseguido queimar! Corri para um magnífico abraço que só ela me poderia dar. Subimos as ruas apressadamente, de mãos dadas, finalmente acompanhadas. Apresentei-lhe a câmara municipal, onde finalmente nos cumprimentamos. Compramos o jantar e juntas fomos levadas pelo meu pai a casa. Entramos disparadas no meu quarto. Tranquei a porta atrás de mim. Vimos experiências nunca antes vistas, sabores e sensações desconhecidas. Fizemos um jantar mal iluminado, com todos os toques de outro qualquer. O filme que vimos e os momentos vividos, o banho não tomado e tudo o resto que foi experimentado. Dormimos nos lençóis brancos com tons azuis, ate que finalmente acordamos. Era muito cedo, mas daí ate à hora de ir para a escola foram simples segundos. Quando demos conta já estava o meu pai a chamar-nos. Fomos até à escola, apresentações foram deitas, novas pessoas foram conhecidas. Ficaram todas a conhecer-se. Uma aula a mais outra a menos, nada disso importará. Apresentei-lhe certos locais públicos, ela apresentou-me muito mais, A hora terminou… No final ninguém despertou, tudo foi real. Uns beijos, uns abraços, algo pouco molhado em cada rosto, o doloroso adeus e a hora de à escola regressar.

Tempo...

Posted by Di HF | Posted in | Posted on 02:29

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Para que serve o tempo? Para quê lutar contra ele? Para quê lutar por ele?
Só sei que é necessário, preciso de pensar em muita coisa, tenho que saber o que realmente quero, o que devo fazer desta vida.
Não me consigo compreender, não consigo lutar, não sei que falta de força é esta que tenho actualmente.
Tenho uma enorme confusão aqui dentro, dentro desta cabeça. Sei que preciso de ter calma e perceber o que realmente quero. Como poderei entender isso?
Será que ainda amo como amava? Que serei capaz de o fazer como antes?
Tenho medo, tenho medo de poder perder o sentimento. Mas não pode, não pode. Não se esquece assim um grande amor, a pessoa que mais amamos.
Sabe bem a amizade, sabe mesmo. Custa a despedida, cada vez que me despeço dela não poder dizer o que sempre dizíamos, sinto sempre que algo falta.
Depois há também a pressão que sinto da parte dela, faz-me sentir ainda mais insegura, sem saber mesmo que fazer ou dizer. As vezes que ela tenta dizer que me ama e diz que não pode porque eu não ia gostar e tal. Não gosto que me diga isso, não gostei quando m perguntou se podia dizer “ly” e meteu na mesma. Senti-me uma porcaria, senti que não pode ser assim, senti que para ela só o acabar a fará pensar.
Enfim, não sei que faça. Ainda há muito que pensar. Acho que só ao voltar a vê-la ficarei com certezas, acho mesmo que só aí algo se acontecerá, só aí haverá uma decisão segura da minha parte.
A minha insegurança domina-me, não sei mesmo que possa fazer mais...

21.07.09

Posted by Di HF | Posted in | Posted on 18:45

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Conheci-te inesperadamente, nunca pensei que iria conhecer alguém como tu, muito menos da forma em que foi. Tinha acabado de desistir do amor, pensei que tão cedo não iria ter alguém. Finalmente tinha dito a mim mesma que não tinha sorte no amor, que estava solteira, sozinha. Estavas no mesmo estado que eu.
Quando te conheci havia alguém no teu coração e também alguém no meu. Íamos falando dessas pessoas, da forma que as amávamos e não tínhamos correspondência. Com o passar dos tempos começamos a deixar de falar delas, passamos a falar de nós.
Conhecia-te apenas através da internet, mas já não vivia sem falar contigo. Era rotina, chegar a casa, ligar a net, abrir o msn e falar contigo até ao fim do dia. Era impossível não falar contigo, contar-te o dia de escola ou saber como estavas. Comecei a sentir algo, algo que se tornava cada vez mais forte. Passei a falar contigo dias inteiros, na net ou no telemóvel.
Chegou o dia em que me pediste em namoro, lembro-me de estar tão nervosa que te disse que não, estava muito atrapalhada e comecei a dizer muitas vezes "sim, sim, eu quero!"
Passamos por muitas coisas, falávamos sobre tudo, conhecemo-nos muito bem, sabemos tudo uma da outra.
A distância impediu muitos encontros, mais de 300km de distância, juntamente com o facto de sermos menores. Tudo muito complicado, não sabíamos como fazer, não queríamos ter um namoro falso de internet, tínhamos que nos ver, que nos sentir.
Lembro-me da primeira vez que te vi como me lembro de um sonho, tudo foi perfeito, foi num wc público. A primeira reacção foi um abraço gigante, muito sentido. A tua imagem era perfeita, tudo em ti era tão perfeito... Beijaste-me em frente à freira, o que tornou aquilo o nosso primeiro beijo. Não podia continuar a beijar-te em frente àquela senhora, não poderia pecar, ou então apenas queria ter privacidade contigo. Levei-te para dentro de um wc, pude-te abraçar novamente, pude beijar-te. Fiquei maravilhada contigo, o meu amor por ti cresceu, tornou-se mesmo real, muito forte, mais forte do que poderia imaginar. Vi que por ti poderei fazer tudo, que te amo muito e que tu também me amas. Para mim esse dia ainda é um sonho, lembro-me dele na perfeição, mas, não sei porquê, ainda não consigo acreditar que é real.
Continuarás a ser a minha alma gémea!
Amo-te

Contacto Humano

Posted by Di HF | Posted in | Posted on 00:31

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Várias vezes dá-mos por nós a andar às voltas na cama, a chorar sem motivo, a ficar triste e não compreender…
Sou um ser que não gosta muito de pessoas, que vive mais feliz sem ninguém, olhar à volta e não ver uma única pessoa. Gosto de ouvir as outras pessoas mas também me farto de as aturar, até me farto muito facilmente. Qual é a piada de ouvir alguém e em troco ter um típico "vai à m****". Falo por mim que não acho piada nenhuma aos típicos comportamentos humanos. Quando faço algo pelos seres que considero amigos não espero algo em troca, espero no mínimo um sorriso, só isso já me faria feliz, mas não, são seres humanos, o ser humano é uma espécie de animal racional bastante pouco desenvolvido. Até os animais chamados de irracionais têm maior capacidade de defesa de outro ser idêntico que a do ser humano.
Depois de demonstrada a minha ideia também demonstro a necessidade que alguém que supostamente não quer saber de ser humanos tem dos mesmos ser humanos.
Dei hoje por mim a precisar de um ser daqueles que já referi inúmeras vezes, de sentir o contacto humano, de poder dar uns beijinhos na bochecha de alguém ou de um abraço apertado. A minha almofada e o meu gatinho de peluche não substituem o calor humano nem os sentimentos que são transmitidos através de um carinho humano. O tempo que estou sem sentir um contacto humano é apenas de um mês e já me senti assim. Estão vamos lá pensar, se entrei no desespero e mandei uma sms à minha namorada que estava a dormir, a dizer que precisava apenas de falar com ela, de ouvir a voz dela (tínhamos acabado de desligar) como me sentiria se nem a voz dela ouvisse? É curioso! E isto sou apenas eu, que não ligo aos seres humanos, se fosse alguém que não vivesse sem estar com pessoas diariamente como se sentiria? Ora bem, boa pergunta.
Mas vá, tudo o que interessa é que não posso viver sem contacto humano, mas também não posso viver com seres humanos.
Conclusão: Se há aqui algum ser humano complicado esse sou eu.
PS: Já disse que estou a falar de seres humanos?